Frequentado nos séculos XIX e XX por grandes figuras das artes e das letras, como Eça de Queiroz ou Fernando Pessoa, o bairro do Chiado voltou a ganhar uma nova vida depois da reconstrução que sucedeu ao grande incêndio de 1988.
Aqui encontramos lojas históricas e grandes marcas da moda internacional, teatros e museus, igrejas e miradouros, esplanadas e restaurantes famosos.
Isto num ambiente cosmopolita e elegante que junta locais e turistas, todos rendidos ao charme deste bairro.
Índice
- Miradouro de São Pedro de Alcântara
- Museu de São Roque
- Caza das Vellas Loreto
- Praça Luís de Camões
- Palácio Chiado
- Igreja de Nossa Senhora da Encarnação
- Basílica dos Mártires
- Estátua de Fernando Pessoa (e Café A Brasileira)
- Pastelaria Benard
- Teatro Nacional de São Carlos
- Museu Nacional de Arte Contemporânea
- O Pequeno Jardim
- Livraria Bertrand
- Luvaria Ulisses
- Carmo Rooftop
Miradouro de São Pedro de Alcântara
É uma espécie de porta de entrada no bairro do Chiado e, ao mesmo tempo, de janela privilegiada para a cidade.
Situado no jardim com o mesmo nome, junto ao ascensor da Glória, este miradouro oferece uma das panorâmicas mais incríveis da cidade, de frente para o Castelo de São Jorge, mas também com a Baixa e o Tejo a aparecerem na fotografia.
A esplanada, num ponto mais recolhido, convida a apreciar as vistas enquanto se toma uma bebida.
Museu de São Roque
Com mais de 100 anos (está aberto desde 1905) este museu reúne uma das mais completas coleções portuguesas de arte sacra.
O acervo conta com peças de pintura, escultura, ourivesaria, relicários, joias e outros objetos de valor incalculável.
Paredes-meias fica a Igreja de São Roque, que também não deves deixar de conhecer.
Caza das Vellas Loreto
Fundada em 1789, numa época em que “caza” ainda se escrevia com um “z” e “vellas”, com dois “l”, a Caza das Vellas Loreto é umas das lojas mais antigas de Lisboa.
Tão antiga que, quando abriu portas, ainda nem existia eletricidade ou gás na cidade. Na altura, foi obrigada a ter duas tochas acesas à noite para iluminar a rua, caso contrário não poderia funcionar.
Pertencente à mesma família (Sá Pereira) há seis gerações, revela um interior extremamente bem cuidado, com os seus belos armários envidraçados, um relógio de pêndulo sob a data da fundação e um suave aroma a cera e óleos essenciais.
Nas traseiras, longe dos olhares dos visitantes, fica a fábrica.
Praça Luís de Camões
A Praça Luís de Camões é um dos pontos de encontro mais concorridos da cidade, ou não estivesse ele a meio caminho entre o bairro do Chiado e o boémio Bairro Alto.
O nome, claro, deve-se à estátua do poeta Luís de Camões, aqui colocada em 1867.
Luís Vaz de Camões dispensa apresentações. É o nosso maior poeta e escritor de todos os tempos.
Se és um seguidor desta importante figura nacional não podes perder a oportunidade de andar por onde ele andou, de percorrer as ruelas da cidade que o viu nascer e morrer.
Palácio Chiado
Foi no antigo Palácio Quintela, agora convertido em restaurante, que nasceram as expressões “farrobodó” e “à grande e à francesa”, tal eram os banquetes lá servidos por Joaquim Pedro de Quintela, o primeiro Conde de Farrobo.
Situado num edifício do século XVIII onde a aristocracia e os bons vivants se reuniam em fartos jantares e animadas festas, é um local incrível que junta história, arte e comida de autor.
E o preço é bem mais acessível do que se possa pensar.
Igreja de Nossa Senhora da Encarnação
Em plena Praça do Chiado, esta igreja foi construída no início do século XVIII (1706), mas acabou totalmente destruída menos de meio século depois, após o terramoto de 1755.
As obras de reconstrução iniciaram-se pouco depois, prolongando-se até 1873.
Além da fachada tardo-barroca, vale a pena admirar os detalhes barrocos do interior, onde sobressai a imagem de Nossa Senhora da Encarnação, no retábulo-mor, esculpida por Machado de Castro.
Basílica dos Mártires
De frente para a Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, a Basílica dos Mártires foi construída durante o século XVIII, logo após a reconquista de Lisboa aos Mouros, em 1147.
A sua construção partiu de uma pequena ermida, ali erguida para se prestar culto à imagem de Nossa Senhora trazida pelos Cruzados ingleses.
Em estilo barroco, típico da arquitetura pombalina do seu tempo, guarda no interior um belo teto com pinturas de D. Afonso Henriques e um magnífico órgão rodeado de talha dourada.
Aqui foi batizado o poeta Fernando Pessoa.
Estátua de Fernando Pessoa (e Café A Brasileira)
É, provavelmente, a estátua mais tocada e fotografada da cidade. Está no Chiado desde os anos 80 do século passado, junto à esplanada do café A Brasileira, um dos pontos de paragem obrigatória de Fernando Pessoa.
Este café histórico do Chiado foi fundado em 1905, altura em que começou por ser apenas uma loja com venda de café ao lote, “o genuíno café do Brasil, de Minas Gerais”.
Pastelaria Benard
Fundada em 1868, começou por chamar-se Patisserie Benard, o apelido do fundador, mas depois mudou para Pastelaria Benard porque, no início do século passado, os estabelecimentos com dísticos em estrangeiro tinham de pagar 500 reis à Câmara.
Durante longos anos, foi um espaço frequentado sobretudo por senhoras e a partir de 1940 passou a destacar-se pelos faustosos banquetes que organizava. Num deles, até serviu a Rainha Isabel II.
Hoje é um local incontornável do bairro do Chiado e são poucos os que nunca provaram os seus famosos croissants.
Teatro Nacional de São Carlos
Desde 1793 que o Teatro Nacional de São Carlos é a principal casa da ópera em Lisboa, substituindo o anterior Teatro Ópera do Tejo, destruído durante o terramoto de 1755.
O exterior, em estilo neoclássico, faz lembrar o La Scala, de Milão, enquanto o interior está cheio de detalhes rococó, que lhe dão um ar imponente e faustoso.
A sala segue o modelo do teatro italiano, enquanto a boca de cena é flanqueada por duas representações alegóricas em tons dourados: que representam a Virtude e o Costume.
Museu Nacional de Arte Contemporânea
Também conhecido como Museu do Chiado, foi fundado em 1911 no local onde outrora existia o convento de São Francisco da Cidade. Em 1994 foi totalmente remodelado e reinaugurado, sob projeto do do arquiteto francês Jean-Michel Wilmotte.
No interior guarda uma importante coleção de arte contemporânea, com pinturas desenhos, esculturas e vídeos de importantes autores nacionais e estrangeiros.
O Pequeno Jardim
No vão de escadas do nº 61 da Rua Garrett, em pleno bairro do Chiado, cabe um jardim inteiro. A florista mais pequena de Lisboa tem rosas, cravos, papoilas, sardinheiras, malmequeres, camélias e outras tantas espécies que perfumam e dão cor a uma das ruas mais elegantes de Lisboa.
A casa já existe desde 1922 ou seja, há quase 100 anos. Agora, imagina quantos enamorados passaram por lá e, num impulso, compraram uma flor para oferecer aquela pessoa especial.
Livraria Bertrand
Reconhecida pelo Guinness Book como a livraria mais antiga do mundo ainda em atividade, a Bertrand do Chiado foi fundada em 1732 por dois irmãos franceses.
Hoje, é um local de visita obrigatória a quem passa pela rua Garrett, convidando turistas e locais a descobrirem as suas sete salas, a maioria com o nome de um escritor: Aquilino Ribeiro, José Saramago, Eça de Queiroz, Almada Negreiros, Alexandre Herculano e Sophia de Mello Breyner.
Os novos tempos trouxeram um novo espaço, ao fundo do longo corredor: um café com petiscos que convidam a “provar os livros” e as receitas culinárias que estes guardam nas prateleiras em redor.
Luvaria Ulisses
Pequenina no tamanho, mas grande em história e tradição, a Luvaria Ulisses foi fundada em 1925 na rua do Carmo, tem modelos para todos os gostos, carteiras e medidas.
Quando abriu portas, nenhuma senhora queria sair de casa sem o seu par de luvas por isso, na altura, o negócio ia de vento em popa. Hoje, os tempos são diferentes, mas comprar na Luvaria Ulisses continua a ser um sinal de elegância e bom gosto.
Paredes-meias fica a Joalharia do Carmo, que se orgulha (e com razão) de ter uma das fachadas mais bonitas do Chiado, um dos símbolos da Arte Nova em Lisboa.
Carmo Rooftop
Sendo um dos melhores rooftops de Lisboa, é o sítio certo para terminar qualquer passeio pelo bairro do Chiado, desde logo porque oferece vistas incríveis para a cidade.
Enquadrado entre as Ruínas do Carmo e o Elevador de Santa Justa, junta comes e bebes a uma vista espetacular para a cidade.
O bairro da Mouraria, pela lente de Jorge Rocha, mais conhecido por o_alfacinha_viajante