Enquanto algumas das lojas antigas desaparecem das ruas de Lisboa, existem outras que ainda resistem à modernidade dos tempos. Afinal, toda a gente precisa de umas luvas, de chapéus e de uma bela de uma ginjinha para aquecer, não necessariamente por esta ordem.
São séculos de momentos inesquecíveis que se escondem entre as quatro paredes destas três lojas antigas, desde as belas fachadas até ao outro lado do balcão.
Vem daí freguês, e faz uma vénia a estas ilustres senhoras.
Luvaria Ulisses
Pequenina no tamanho, mas grande em história e tradição, a Luvaria Ulisses assenta que nem uma luva a quem gosta de ter as mãos quentinhas… e cheias de estilo.
Fundada em 1925, tem modelos para todos os gostos, carteiras e medidas. Quando abriu portas, já lá vai quase um século, nenhuma senhora queria sair de casa sem o seu par de luvas por isso, como podes calcular, o negócio desta casa ia de vento em popa.
Hoje, os tempos são diferentes, mas comprar na Luvaria Ulisses continua a ser um sinal de charme e bom gosto.
Morada: Rua do Carmo 87-A (Chiado)
A Ginjinha
Ir ao Rossio e não beber uma ginjinha é quase como ir a Roma e não ver o Papa. Foi nesta casa histórica, fundada em 1840, que se vendeu pela primeira vez a mais icónica bebida de Lisboa.
Bem podemos agradecer a um galego de nome Espinheira e a um frade da igreja de Santo António. Isto porque foi o religioso a sugerir-lhe fermentar as gingas dentro de aguardente, juntando-lhe açúcar, água e canela.
Hoje, a morada continua a mesma, o incontornável número 8 do Largo de São Domingos, mas a fama da casa já ultrapassou fronteiras e não há turista ou instagrammer que não passe por lá.
Morada: Largo de São Domingos 8 (Rossio)
Chapelaria Azevedo Rua
“Chapéus há muitos, mas poucos como estes!” O slogan desta loja histórica em pleno Rossio diz tudo sobre a chapelaria mais antiga de Portugal.
Fundada em 1886, continua nas mãos da mesma família, já lá vão cinco gerações. Ao longo destes anos todos, teve muitos ilustres clientes, como Fernando Pessoa ou o Rei D. Carlos.
Mesmo que não uses chapéus, vale a pena ires até lá só para respirares aquele ambiente repleto de história e admirares os belos móveis de madeira que guardam dezenas de modelos, dos clássicos Panamá aos chapéus de safari, passando pelas boinas e bonés. E também vende outros acessórios, como luvas ou bengalas.
Morada: Praça D. Pedro IV 83