O Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL) é uma daquelas obras de grande dimensão que vai preparar a cidade para eventuais impactos negativos das alterações climáticas no Mundo.
Esta obra, caracterizada invisível por estar a ocorrer por debaixo da cidade (literalmente), vai acabar por causar alguns constrangimentos a todos os lisboetas e a todos que por cá passem.
Por isso, fomos à procura saber que locais serão os mais afetados e é isso mesmo que vais saber nas próximas linhas.
Os objetivos do plano de drenagem
Ainda antes de nos debruçarmos quais as zonas mais afetadas pelo Plano Geral de Drenagem de Lisboa, convém explicar em que consiste este grande projeto na cidade.
O PGDL traduz-se num plano de ações que têm como objetivo proteger Lisboa das cheias e inundações, ao mesmo tempo que prepara a cidade para o futuro no que diz respeito aos impactos negativos das alterações climáticas, nomeadamente fenómenos de precipitação extrema.
Como sabemos, as inundações são frequentes na cidade sempre que se registam estes volumes, principalmente em zonas como a Baixa e Alcântara.
Com o PGDL pretende-se:
- reduzir substancialmente as inundações e cheias
- evitar custos sociais e económicos resultantes destes fenómenos extremos
- prepara a cidade para o futuro, com vista ao agravamento destes fenómenos naturais
- criar uma infraestrutura que permitirá reutilizar águas para diversos efeitos como lavagem de ruas, regas de espaços verdes e reforço de bocas de incêndio
- reduzir a fatura da água potável
Zonas afetadas pela obra
Toda a cidade vai ser impactada, de alguma forma, com o Plano Geral de Drenagem de Lisboa, mas existem alguns sítios onde estes constrangimentos vão ser mais notórios:
Santa Apolónia
Em Santa Apolónia fica um dos vários estaleiros para a construção do túnel Campolide-Santa Apolónia, que durante algumas fases da obra vão condicionar o trânsito nesta zona da cidade.
Este estaleiro vai estar em vários locais, nas 4 fases da obra, que terá estes prazos previstos:
- 1ª fase: outubro de 2022 a 4 de agosto de 2023
- 2ª fase: setembro 2023 a novembro de 2023
- 3ª fase: dezembro 2023 a outubro de 2024
- 4ª fase: novembro a março de 2025
Beato
A zona do Beato, junto à zona ribeirinha do Oriente, é outra das áreas de Lisboa que sofrerá alguns constrangimentos em virtude desta obra.
Tal como acontece em Santa Apolónia, a obra nesta zona da cidade será dividida em quatro fases para evitar que a Av. Infante D. Henrique seja totalmente cortada à circulação durante o decorrer da obra.
De qualquer forma, esta via será estreitada uma vez que a tuneladora começará a escavar o túnel precisamente naquele local.
Avenida Almirante Reis
Na zona da Avenida Almirante Reis, uma das artérias mais importantes da cidade, só a Rua Antero Quental estará encerrada, sendo que é garantido o acesso a garagens, a cargas e descargas e ao estacionamento exclusivo a moradores.
O acesso pedonal também está garantido, assim como o acesso automóvel e ciclável na Avenida. Quanto ao percurso do elétrico 28, o mesmo será para manter.
Rua de Santa Marta com a Rua Barata Salgueiro
Numa primeira fase, vai ocorrer um corte de trânsito da Rua de Santa Marta, sendo o acesso às garagens, a zona de cargas e descargas, ao Hospital de Santa Marta, aos serviços e comércio e à praça de táxis garantido.
Numa fase posterior, o trânsito será reposto em toda a extensão da Rua de Santa Marta e cortado na Rua Barata Salgueiro, entre a Rua Rodrigues Sampaio e a Rua de Santa Marta.
Nesta fase, o trânsito será desviado pela Rua Rodrigues Sampaio seguindo para a Rua Alexandre Herculano e retomando no início da Rua de Santa Marta.
Avenida da Liberdade com Rua Alexandre Herculano
O estaleiro da Avenida da Liberdade é o que tem mais fases de intervenção, com cerca de 10 etapas, tendo em vista a mínimo impacto com a mobilidade na cidade.
No lado nascente, será construído o poço de vórtice daí a sua maior área de implantação. Ficam garantidos os acessos às garagens, estacionamentos reservados a mobilidade reduzida e lugares de estacionamento exclusivo a moradores.
Já os passeios laterais junto aos edifícios, ficam livres, ainda que a calçada artística tenha de ser levantada, catalogada e a sua reposição será feita com o apoio dos Mestres Calceteiros.