Ainda antes de partirmos para a descoberta desta elegante e singular casa de veraneio, queremos ressalvar que esta moradia não está aberta a visitas ao público.
Queremos esclarecer devidamente este ponto uma vez que, no nosso artigo de lugares “assombrados” em Lisboa e arredores, de alguma forma demos a entender que eram espaços que se podiam visitar, o que não corresponde à verdade e, por isso, fica aqui o nosso mais sincero pedido de desculpas por qualquer incómodo causado.
A Casa das Pedras foi imediatamente retirada do artigo em questão, mas nem por isso deixa de merecer toda a nossa atenção e, cremos, também a tua.
Por isso, aqui vai uma breve descrição sobre a história da Casa das Pedras, informação que é pública e que em nada interfere com a vida dos seus atuais habitantes.
A Casa das Pedras
Debruçada sobre uma das nossas praias favoritas na Linha de Cascais, na Praia das Avencas, a Casa das Pedras é uma construção datada de 1904, possuindo o título de Monumento de Interesse Público e Zona Especial de Proteção.
Este icónico edifício de veraneio foi encomendado pelo Comandante e Capitão-de-Fragata Manuel de Azevedo Gomes ao professor de desenho italiano Nicola Bigaglia, um dos ilustres da arquitetura em Portugal na viragem para o século XX.
Fica localizada no topo de uma encosta a pouco mais de 20 metros das arribas do mar, o que lhe garante uma panorâmica sobre o mar incrível.
A vista é tão bela que até um dos proprietários desta casa, Bernardo De Azevedo Gomes Brandão De Mello, nos convidou a apreciar o mais incrível por do sol de Cascais, a partir do Torreão Principal desta casa, engenhosamente virada para o imenso azul do oceano. Aceitámos, claro!
Segundo a informação que recolhemos no site de cultura de Cascais,
Por exigência do proprietário, o arquiteto teve de submeter o projeto à utilização de grandes pedras e pequenos seixos, no revestimento integral deste sui generis exemplar de arquitetura de veraneio e mesmo para a execução das vergas dos vãos, colunas das varandas e alpendres, ameias decorativas e até das chaminés.”
Sabe-se ainda que esta propriedade teve o nome original de Quinta do Moledo, por precisamente fazer lembrar os moledos do Pico, que são os muros de pedra solta que demarcam os terrenos.
Recorde-se que a ilha natal do proprietário era a Ilha do Pico, nos Açores, tendo este sido casado com Alice Fredericke Hensler, filha da condessa d’Edla, segunda mulher do rei D. Fernando II.
A Casa das Pedras apresenta ainda, a Sul, um “jardim de inverno”, de onde ainda se ressalvam uma sequência de “pseudo” ameias e merlões, fazendo parecer-se com um castelo medieval.
As suas linhas de arquitetura que a fazem ser representativa de finais do romantismo tardio são as pedras em tom escuro e o altaneiro de quatro pisos que, de facto, deixam qualquer um que passe por estas redondezas a querer saber mais.
Hoje em dia, a Casa das Pedras é habitada e está na posse dos descendentes do comandante Azevedo Gomes, não sendo, voltamos a frisar, local de visitas ao público.
Morada: Rua Dr. Camilo Dionísio Álvares 1189; Avenida Marginal 3548 (Quinta do Moledo – Parede)