Ainda não é tão visível quanto a arte urbana feita por artistas de street art masculinos, mas são cada vez mais os murais em Lisboa a receber a arte e a tinta de mulheres que também nasceram para esta arte, e que vêem nesta forma artística o caminho para se exprimirem.
Um dos resultados mais à vista na cidade é o da estação de comboios de Entrecampos, que serviu de tela a uma série de pinturas de quatro mulheres, no âmbito do projeto “A Lata Delas”.
Maria Imaginário, Margarida Fleming, Tamara Alves e Patrícia Mariano são, desta forma, as responsáveis pela criação de uma galeria a céu aberto, e que todos podem ver e admirar no acesso pedonal à estação de Entrecampos, na Avenida Álvaro Pais, ainda que infelizmente alguns destes trabalhos já tenham sido vandalizados.
Mas há uma outra artista que ficou em 35º com um dos melhores murais de 2022, pela maior comunidade digital de arte urbana, a Street Art Cities. Vamos conhecer o trabalho de todas elas.
Tamara Alves
Não se ficam por Entrecampos os trabalhos artísticos feitos por mulheres no que respeita à street art. Uma das nossas preferidas, que também fez parte do projeto “A Lata Delas”, é Tamara Alves, e as suas obras são fantásticas.
Tamara Alves nasceu em 1983 e considera-se uma artista visual e ilustradora. Atualmente vive em Lisboa, é licenciada em Artes pela ESAD-IPL e Mestre em Práticas Artísticas Contemporâneas pela FBAUP, onde explorou temas como o “Activismo Público em Contexto Urbano”.
Sempre se interessou por um tipo de trabalho inserido no mundo, é fascinada pela estética das ruas e pelo contexto urbano, e isso nota-se bastante nas suas obras em Lisboa. Vamos conhecer algumas?
Maria Imaginário
Outra das nossas artistas prediletas é Maria Imaginário, que vive e trabalha entre Lisboa, mas que também passa algum tempo em Londres. Os seus trabalhos já passaram por feiras e galerias de arte em Londres, Lisboa, Paris, Milão, Roma, Lyon, Miami, Atlanta e San Diego.
É, sem dúvida, uma artista multidisciplinar que, nos últimos anos, transformou gradualmente suas histórias, da pintura tradicional para uma linguagem mais tridimensional de experiência imersiva com esculturas e instalações em grande escala.
A cor, como vais poder verificar nos exemplos a seguir, é muito importante para esta artista, capaz de estimular diferentes respostas emocionais.
Catarina Monteiro (aka Catarina Glam)
A técnica de Catarina Monteiro funde-se entre a ilustração, o graffiti, a animação, o paper craft e a escultura. Estudante de design gráfico na Escola António Arroio e nas Belas-Artes, foi pelo graffiti que começou a nutrir uma maior paixão.
Foi fundadora de uma crew só de raparigas, a OGA (Only Girls Allowed), da qual também fazia parte Maria Imaginário. Estes são apenas alguns dos seus trabalhos na cidade, mas aqui podes descobrir um pouco mais sobre a sua arte.
Mariana Duarte Santos
A Mariana Duarte Santos é uma artista visual lisboeta cujo trabalho se evidencia pela pintura a óleo, desenho, gravura e, mais recentemente, pintura mural.
As suas peças refletem a forma como observa o mundo, preferindo olhar para ele com uma voyeur silenciosa e como uma investigadora que procura aprender mais sobre assuntos do quotidiano, estados emocionais ou as dificuldades que se enfrentam no dia a dia.
Este é um dos seus últimos trabalhos. Os outros podes pesquisar no seu site.
Jacqueline de Montaigne
Jacqueline de Montaigne é uma das mulheres mais inspiradoras na arte da pintura. Muralista e artista plástica portuguesa cuja arte figurativa infundida na natureza pode ser encontrada em galerias internacionais e na proeminente cena internacional de arte de rua, onde o uso de técnicas clássicas de douramento num contexto urbano se tornou sua assinatura.
Um dos seus mais recentes trabalhos, no Largo Hintze Ribeiro, perto da famosa Rua de São Bento, em Lisboa, foi selecionado como um dos melhores 100 murais no mundo inteiro, pela maior comunidade digital de arte urbana, a Street Art Cities, tendo arrecadado o 35º lugar neste ranking.