Também conhecido como Real Paço de Nossa Senhora da Ajuda, Paço de Madeira ou Real Barraca, este palácio foi mandado construir por D. José I no alto da colina da Ajuda, tendo sido primeiramente construído em madeira para melhor resistir a abalos sísmicos.
Hoje, podemos apreciar nele um edifício do estilo neoclássico da primeira metade do século XIX, que foi morada oficial da família real portuguesa desde o reinado de D. Luís I até ao fim da Monarquia.
Aberto ao público
O Palácio Nacional da Ajuda é um dos muitos palácios de Lisboa e arredores que é possível visitares.
A visita é simplesmente incrível porque ainda conserva a disposição e decoração dos aposentos reais tal qual como eles estavam quando eram usados pela realeza portuguesa.
Possui ainda importantes artes decorativas, principalmente do século XVIII e XIX, como têxteis, mobiliário, cerâmica, ourivesaria e joalharia.
Além disso, vais ainda poder admirar algumas das mais espetaculares coleções de pinturas e esculturas.
O palácio como museu
O Palácio Nacional da Ajuda está aberto como museu desde 1968, tendo vindo a destacar-se como uma das grandes instituições museológicas do país.
Desde 1996 que tem apostado na reconstituição daquilo que era a real residência dos donos do trono nacional, sempre com muito rigor histórico.
Passou, desde 2007, a fazer parte do IMC – Instituto dos Museus e da Conservação, um organismo que faz parte do Ministério da Cultura.
Além de ter sido a residência oficial dos nossos reis, o Palácio da Ajuda possui ainda, na ala Norte, a Biblioteca da Ajuda e a Galeria de Pintura do rei D. Luís I, além do próprio Ministério da Cultura e de outras entidades governamentais.
Recordamos ainda que é aqui que a Presidência da República realiza a suas cerimónias de Estado.
Um pouco de história
A construção, em madeira, do Real Paço da Ajuda neste local, numa colina de Lisboa, deve-se ao facto de a Família Real ter sobrevivido ao terramoto de 1755.
Passou a ser, desde 1762, a residência oficial da Corte durante 30 anos, até ao reinado de D. Maria I, quando um enorme incêndio destruiu por completo a habitação real, assim como grande parte do seu valioso recheio.
Pedra e cal foram a matéria-prima com que o arquiteto Manuel Caetano de Sousa resolveu projetar o novo edifício, cujas obras tiveram início em 1796. O estilo Neoclássico viria a substituir o Barroco.
A obra foi obrigada a parar várias vezes, principalmente quando a Corte se mudou para o Brasil em 1807, na sequência das invasões napoleónicas.
Foi só com o rei D.Miguel, que também elegeu este palácio como habitação real, que as obras avançaram de uma forma mais rápida, sendo que voltariam a parar quase totalmente aquando dos confrontos entre liberais e absolutistas, em 1833.
Só no reinado de D. Luís I é que o palácio voltou a ganhar alguma preponderância, tendo sido realizadas obras muito importantes para acolher o novo rei.
Com tudo decorado a rigor, o Palácio da Ajuda teria, finalmente, uma apresentação digna de uma Família Real, com tudo do bom e do melhor a ser encomendado às melhores casas especializadas, tanto portuguesas como internacionais.
Ao arquiteto Joaquim Possidónio Narciso da Silva foi dada a tarefa de organizar e decorar todos os espaços e salas do palácio, de forma a que este garantisse elevados padrões de conforto, privacidade e higiene.
Desta forma, o palácio foi-se tornando cada vez mais o palco das reuniões do conselho de Estado, dos dias de grande gala – banquetes e recepções oficiais – e do quotidiano familiar.
Ontem e hoje
Depois da morte de D. Luís I, em 1889, a vida no palácio volta a mudar, e em 1910, quando da Instauração da República, viria mesmo a encerrar portas.
Entre os anos de 1940 e 1968 esteve interdito a visitas, ou com acesso muito restrito, e hoje, já sabemos, está aberto a todos os que o queiram visitar.