Lisboa é cidade de azulejos mas alguns painéis destacam-se pela sua beleza, idealizada por alguns dos artistas nacionais mais notáveis.
Fred Kradolfer | Reitoria da Universidade de Lisboa
A fachada da Reitoria da Universidade de Lisboa, na Cidade Universitária, é composto por um dos painéis geométricos mais bonitos da cidade, em tons de azul e com formas triangulares. A autoria é de Fred Kradolfer, pioneiro do Design Gráfico em Portugal, tendo sido criados pela Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego. De notar que o revestimento aconteceu em 1961 e o projeto de arquitetura do edifício é de Porfírio Pardal Monteiro.
João Abel Manta | Avenida Calouste Gulbenkian, Campolide
João Abel Manta, artista multifacetado que se destacou no panorama cultural português a partir dos anos 40, é o responsável por esta intervenção na Avenida Calouste Gulbenkian, em Campolide. É um painel de grandes dimensões, composto por “ladrilhos policromos e rectangulares (14×28 cm)” e onde predominam as composições abstractas das mais diversas cores. Os azulejos foram assentados pela Fábrica Sant’Anna, em 1982, embora tenham sido concebidos em 1970 pela Fábrica de Cerâmica Constância.
Maria Keil | Avenida Infante Santo
O painel “O Mar” foi pensado pela pintora Maria Keil para um movimento existente a partir dos anos 50 que visava aproximar o azulejaria da arte pública. A composição está em grande destaque na Avenida Infante Santo, a par de outras cinco intervenções em azulejo, e representa o mar com conchas, búzios, barcos e a figura de um pescador a dominar a composição. O painel interliga-se com a escada que aqui existe na perfeição, sendo “uma obra de referência na reintegração moderna do azulejo no meio urbano”. É também uma produção Viúva Lamego e data de 1959.
De notar que o painel que agora vemos é uma réplica de 2005, já que o original estava já muito danificado e foi resguardado nas Reservas do Museu da Cidade.
Carlos Botelho | Avenida Infante Santo
Este painel de Carlos Botelho integra as quatro composições instaladas pela Câmara Municipal de Lisboa nas escadarias da Av. Infante Santo em 1959. Além da já referida pintora Maria Keil, Alice Jorge e Júlio Pomar e Rolando Sá Nogueira foram os outros artistas convocados para esta iniciativa de arte pública.
Add Fuel | Avenida Infante Santo
Até meados de 2019, havia apenas uma escadaria da Av. Infante Santo que ainda não tinha sido embelezada. O problema foi resolvido pelo street artist Add Fuel que projetou o mural “Louvor da Vivacidade”, com desenvolvimento e produção da Revigrés. O artista inspirou-se nos painéis vizinhos, servindo a sua criação de homenagem à freguesia onde a intervenção se insere – a Estrela.
André Saraiva | Campo de Santa Clara
Foi inaugurado em 2016 e é assinado por André Saraiva, artista sueco-francês que se tem destacado na street art. O mural localiza-se no Campo de Santa Clara, onde acontece a Feira da Ladra, e foi criado no muro que circunda o jardim Botto Machado. São 170 metro de mural com 1000 metros quadrados, onde 53 mil azulejos muito coloridos nos mostram um universo fantástico. A peça foi uma encomenda conjunta da Câmara Municipal de Lisboa e do MUDE – Museu do Design e da Moda.
Erró | Avenida D. João II
Na Avenida D. João II, no Parque das Nações, encontramos um painel de azulejos de grandes dimensões que reverte o muro exterior do Complexo Art’s Business & Hotel Center. A obra é assinada pelo artista plástico islandês Erró e ilustra vários heróis de banda-desenhada e do universo da ficção científica, do Super-Homem ao Homem Aranha. São centenas, entre personagens da Marvel, DC ou Star Wars. É de 2004.
Se preferires descobrir alguns azulejos mais clássicos, espreita este artigo.
Foto de capa: @Luísa Ferreira | gqportugal.pt