Milhares de milhões de muçulmanos, incluindo mais de 50 mil em Portugal, abraçam o Ramadão desde 28 de fevereiro (ou quando a Lua Nova for avistada) até 30 de março, conhecido por “Eid al-Fitr” (Festival da Quebra do Jejum)
Mas, em que consiste o Ramadão? Quando ocorre anualmente? E como se prepara Lisboa para viver esta época? Neste artigo procuramos responder de forma breve a cada uma destas perguntas, explorando o seu impacto profundamente espiritual e cultural.
O que é? E em que consiste?
O Ramadão é um dos cinco pilares do Islão e é celebrado por crentes de todo o mundo. Durante este período, os muçulmanos praticam o jejum do nascer ao pôr do sol, abstendo-se de alimentos, bebidas, fumo e relações sexuais.
Na realização do jejum há algumas exceções previstas como, por exemplo: os idosos, mulheres grávidas ou menstruadas, os doentes e os viajantes.
No entanto, não se trata apenas de uma época de abstinência, mas também de purificação espiritual, através da prática de caridade, orações intensas e leituras do Alcorão — o livro sagrado do Islão.
Quando ocorre o Ramadão?
Não há uma data fixa para o Ramadão e esta variação anual deve-se ao facto de o calendário islâmico ser lunar. Neste sentido, é mais curto do que o gregoriano, usado na maioria do mundo ocidental. Por isso, a cada ano, esta celebração aproxima-se do início do ano em 10 ou 11 dias.
Ocasionalmente, isto pode levar a que o Ramadão seja celebrado mais do que uma vez por ano. Segundo uma notícia do Euronews, este cenário verificar-se-á em 2030: “no início do ano (por volta de 5 de janeiro) e no final (por volta de 25 de dezembro).
O início desta época é determinado, portanto, pelo avistamento da lua no final do mês de Shaaban (oitavo do calendário islâmico). Em caso de não ser possível observá-la são aplicados cálculos astronómicos para se definir o início; o mesmo procedimento é adotado para determinar o fim do Ramadão.
Como vai ser vivido em Lisboa?
Segundo informações da Agência Lusa, citadas pelo Observador, um dos epicentros do Ramadão na capital portuguesa é a Mesquita Central de Lisboa.
Por lá, estima-se que serão disponibilizadas cerca de duas mil refeições diárias para quebrar o jejum ao pôr do sol (momento conhecido como iftar)
Além disso, estão previstas recitações, palestras e aulas de educação religiosa, entre outras atividades, tal como a distribuição de roupa aos mais desfavorecidos.
De modo geral, o Ramadão termina com o Eid-al-Fitr, um dia marcado pela realização de refeições festivas, envolvido por um ambiente vibrante de regozijo.
Breve olhar gastronómico
Em Lisboa, há ainda vários restaurantes árabes onde é possível provar alguns dos alimentos que marcam o Ramadão. Por exemplo, no Jafra (Rua de Alves Torgo) há um menu temático alusivo à época, disponível todo o dia (por 25€).
Como alternativa, também podes aproveitar para ‘mergulhar’ neste roteiro gastronómico dedicado ao melhor da cozinha libanesa em Lisboa. Seja como for, esta época reflete a faceta multicultural da cidade!