Para acompanhares este texto, decidimos incluir uma playlist das canções das marchas populares para poderes ouvir enquanto lês. 🎧🎼🎏
As marchas populares, que este ano também não vão desfilar na Avenida da Liberdade, têm muito que se lhe diga, mas antes de aprofundarmos, vamos falar dos básicos.
Começaram como tradição assumida em 1932, apesar de já existirem desde o século XVIII. Estão, desde sempre, ligadas às Festas de Lisboa, e ao dia de Santo António.
O “pai das marchas”, como lhe chamam, é um título atribuído ao cineasta Leitão de Barros, que impulsionou a competição bairrista nos seus primórdios.
Em 1970, as marchas foram praticamente extintas, por serem associadas ao Estado Novo, mas em 1980 regressaram ao ativo e à Avenida da Liberdade, por onde têm passado religiosamente quase todos os anos desde então, exceto em 2020 e 2021 devido à pandemia por coronavírus.
O grande desfile anual das Marchas Populares, acontece, tradicionalmente na véspera do dia 13 de junho, pela Avenida da Liberdade. É um espetáculo e tanto: cada bairro prepara a sua coreografia, cânticos, os seu trajes e adereços, e desfila Avenida abaixo, mostrando o que de melhor que tiver!
O que é mostrado pela marcha de cada bairro, é inspirado em características de cada um! As cores, o traje, as tradições. Esta tradição tão bairrista é um dos motivos pelos quais adoramos as Festas de Santo António.
É por todos bem sabido que quem ganha o prémio de melhor bairro habitualmente é Alfama, apesar de reconhecermos igual mérito a muitos outros bairros participantes.
Cada bairro compete em várias categorias: melhor coreografia, melhor cenografia, melhor outfit, melhor letra e musicalidade, melhor composição e por fim, melhor desfile!
E as canções?
Enquanto os bairros cantarem
Enquanto houver arraiais
Enquanto houver Santo António
Lisboa não morre mais
As canções e cantigas que tão bem conhecemos são uma parte fulcral das Festas e das Marchas Populares.
Todos os anos abre um concurso que convida à composição e escrita de uma canção, que, se for eleita, será a canção da Grande Marcha do ano em questão.
Para além da música vencedora, temos aquelas que já conhecemos tão bem: “A” música é “Cheira a Lisboa”, de Amália Rodrigues. É um clássico que sabemos de cor e salteado, e cantamos a plenos pulmões sempre que a ouvimos.
Cada bairro tem a sua música que acompanha a marcha, e todos os anos há uma música nova para aprender.