Não há, em toda a cidade de Lisboa, outro espaço verde que se compare, sequer, com o Jardim Bordallo Pinheiro, que é uma verdadeira exposição de arte dentro de uma área de lazer.
Assim que entras no Jardim Bordallo Pinheiro ficas logo com a sensação que passas a fazer parte de algo diferente.
Porque não se trata apenas e só de um espaço de lazer; é também um testemunho da fusão entre a arte cerâmicas portuguesa com a própria natureza, que te vai oferecer envolver numa experiência visual e cultural.
Não vais só ver e apreciar uma mostra artística – que por sinal é fascinante – vais mesmo “para dentro” de uma exposição de arte.
Uma homenagem mais do que merecida
O Jardim Bordallo Pinheiro presta homenagem a um dos maiores artistas plásticos portugueses, tendo sido criado em 2010, naquela que hoje é a sede da Museus de Lisboa que, entre outros, é responsável pelo espaço cultural onde se encontra este jardim, num palácio de veraneio do século XVIII. Estamos a falar do Palácio Pimenta, situado no Campo Grande.
A ideia para este projeto surgiu da jornalista Catarina Portas, que depois de um estudo sobre produtos portugueses antigos, verificou que este tipo de peças começavam a cair em desuso, mas que sempre fizeram parte da memória coletiva de todos.
E é verdade, pois sempre fizeram parte da nossa cultura familiar: quem é que nunca teve uma couve ou uma andorinha Bordallo na sala de jantar?
Desta forma, também foi possível evitar centenas de despedimentos nas fábricas que criavam estas peças e, em consequência disso, voltar a alavancar as vendas deste tipo de objetos decorativos, que hoje se podem encontrar em várias lojas, nomeadamente na A Vida Portuguesa, da qual Catarina Portas é fundadora, mas também nas próprias lojas Bordallo Pinheiro.
O projeto que vais poder admirar, gratuitamente e com toda a calma do mundo, foi encomendado pela Câmara Municipal de Lisboa à artista Joana Vasconcelos, que ofereceu a esta área verdejante, permanentemente, mais de 1.200 peças de Bordallo Pinheiro.
Um jardim, dois nomes
Ainda antes de te mostrarmos todas as fotografias que tirámos na nossa visita ao Jardim Bordallo Pinheiro, queremos contar-te outras curiosidades.
A primeira é que este espaço também é conhecido por Jardim de Buxo, por nele encontrares vários arbustos que delineiam uma série de caminhos que te permitem serpentear por esta magnífica exposição.
E por falar em folhas e plantas, no Jardim Bordallo Pinheiro também vais encontrar uma Acácia-do-Japão, uma das mais imponentes da cidade, com um majestoso porte, e que também é conhecida por Árvore-dos-Pagodes, pelo facto de habitualmente ser plantada junto a templos budistas.
Cobras, sapos, macacos, gatos, andorinhas e muito mais
Neste incrível jardim, que nem é assim tão grande em dimensão, há um ou outro pormenor que adorámos.
O primeiro é a árvore com os macacos pendurados. Debaixo dela, encontras dois ou três bancos, e uma copa que te permite refugiar do stress da cidade durante alguns minutos.
Outra das coisas que nos chamou a atenção foram os azulejos, marca da nossa portugalidade que, claro, não podiam faltar a um jardim tão impressionante.
E, por último, uma janela, no meio do muro, que tanto dá para espreitar cidade a partir do jardim como o oposto, isto é, os passantes espreitarem para vislumbrar um pouco deste espaço cheio de arte portuguesa.
Uma visita na companhia dos pavões
Temos quase a certeza que a tua visita será acompanhada pelos pavões que habitam este espaço do Museu de Lisboa. Não te preocupes que eles não te fazem mal. Mas como a entrada é gratuita, todos podem entrar, não é?
Mas não te distraias muito com eles e aprecia, com calma, as cobras, os sardões, os macacos, os gatos, as andorinhas, os caracóis gigantes, as vespas e as lagostas, entre outras peças igualmente bonitas.
Esta é uma visita que, com certeza, também agradará aos mais pequenos, que se vão divertir bastante com todos estes animais neste pequeno paraíso na cidade.
Se ainda tiveres tempo, podes ainda aproveitar para conhecer melhor a história e evolução de Lisboa no Palácio Pimenta, numa exposição permanente que vai desde a pré-história até finais do século XX.
Nesta mostra, podes ficar a conhecer Lisboa em miniatura, através de uma maquete que demorou 26 anos a desenvolver.
Morada: Campo Grande 245
Horário: de terça-feira a domingo, das 10h às 18h
Bilhetes: entrada grátis