Hoje comemoram-se os 77 anos desde a libertação do campo de concentração Auschwitz-Birkenau, na Polónia, em 1945.
É também o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
Estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2005, o objetivo de manter viva esta data passa por recordar os milhões que morreram às mãos do regime nazi, para educar para a tolerância e, principalmente, para alertar para o antissemitismo.
Com estes objetivos em mente, fizemos uma lista de filmes, séries, documentários e livros.
Não é uma classificação, é apenas um conjunto de sugestões para recordar e homenagear os milhões de vítimas do Holocausto.
3 filmes
1 – “A Lista de Schindler” (1993)
O filme de Steven Spielberg, vencedor de sete Óscares, é um clássico em qualquer lista do género.
“A Lista de Schindler” conta a história de um poderoso industrial, com ligações ao partido nazi.
Baseado em factos verídicos, o filme retrata como Oskar Schindler gastou a sua fortuna para impedir que mais de mil judeus perdessem as suas vidas.
Um dado relevante: em 1962, Schindler foi reconhecido pelo Yad Vashem como “Justo entre as Nações”.
📽 Disponível na Netflix
2 – “A Vida é Bela” (1997)
Durante a II Grande Guerra, e apesar de Benito Mussolini ter sido aliado de Adolf Hitler, a Itália e os seus habitantes sofreram muito. Um passado desolador, mas que não impediu Roberto Benigni de realizar uma obra-prima.
“A Vida é Bela” é uma das raras tentativas de abordar o Holocausto e a vida nos campos de concentração com humor. Assim, poder-se-á dizer que se trata de uma tragicomédia.
Neste filme de ficção, o judeu Guido (protagonizado pelo próprio Benigni) e o seu filho são levados para um campo de concentração. Para proteger o filho, Guido tenta levá-lo a acreditar que estão a participar numa grande “brincadeira”. Uma perspetiva distinta, mas bela!
📽 Disponível no HBO
3 – “O Filho de Saul” (2015)
Este filme, do húngaro László Nemes, é completamente avassalador. Avisamos, desde já, que não é mesmo nada fácil de digerir. Mas vale a pena não só pela qualidade cinematográfica, mas também pela lição.
“O Filho de Saul” leva-nos até Auschwitz-Birkenau, outubro de 1944. Saul, o protagonista, pertence a um grupo de Sonderkommando (prisioneiros forçados a trabalhar nos crematórios).
No entanto, Saul descobre um dia o corpo de um rapaz que reconhece como sendo o seu filho. Num ápice, fica obcecado com a missão de salvar os restos mortais do rapaz. Uma perspetiva claustrofóbica.
📽 Disponível no HBO
2 séries/documentários
1 – “Anne Frank – Vidas Paralelas” (2019)
Este comovente documentário, narrado pela atriz Helen Mirren, conta a história de Anne Frank através do diário da própria.
No entanto, aqui o foco não está apenas nos relatos do diário de Frank, mas também nos de outras cinco sobreviventes do Holocausto. Histórias de arrepiar.
📽 Disponível na Netflix
2 – “Hitler’s Circle of Evil” / (O Círculo do Mal de Hitler), 2017
Apesar de não ser um documentário focado nas vítimas do Holocausto, acreditamos que vale a pena a referência.
Nesta excelente série documental, de dez episódios, o círculo íntimo de Hitler é escrutinado ao pormenor.
Um relato fundamental para percebermos que, embora Adolf Hitler fosse o líder, nada seria possível sem o seu “círculo do mal”, composto por: Joseph Goebbels, Herman Goring, Heinrich Himmler, Reinhard Heydrich, Martin Bormann, Albert Speer, Rudolf Hess e Ernst Rohm.
📽 Disponível na Netflix
https://www.youtube.com/watch?v=1vFFPUJRaUs
3 livros
1 – “Se isto é um Homem”, Primo Levi
Turim e, provavelmente, Itália têm em Primo Levi uma das suas principais vozes literárias sobre o Holocausto.
Químico de profissão, Levi alistou-se às forças da resistência. Mas, foi apanhado pelos nazis e deportado para Auschwitz.
Este acontecimento marcou, inegavelmente, a sua vida e obra. Autor de vários livros, “Se isto é um Homem” é um dos mais importantes títulos de Primo Levi. O relato duro e cru de um sobrevivente; um ensinamento para a Humanidade.
2 – “Holocausto”, Irene Flunser Pimentel
Irene Flunser Pimentel é uma das mais reconhecidas historiadoras portuguesas da atualidade.
A par do ensino, a autora tem vindo a escrever vários livros relevantes, sendo um deles “Holocausto”.
Neste livro, Irene Pimentel explica o que é a Shoá e que etapas levaram a esse crime aterrador. Além disso, apresenta também uma análise ao papel de Portugal, embora neutral, na rota da Shoá. Uma verdadeira aula de História!
3 – João Pinto Coelho (com bónus)
Aqui, e como bónus, levas não uma, mas, sim, três sugestões! João Pinto Coelho é um autor português que tem dado que falar.
Apesar de não escrever especificamente sobre o Holocausto, mas sim como enquadramento, os seus livros merecem ser lidos e relidos.
“Perguntem a Sarah Gross”, “Os Loucos da Rua Mazur” e “Um Tempo a Fingir” são três relatos fictícios, mas repletos de descrições e contextualizações históricas precisas.
Um dado interessante: em 2009 e 2011, João Pinto Coelho integrou duas ações do Conselho da Europa, em Auschwitz, na Polónia.