Museu do Holocausto, no Porto, será o primeiro na Península Ibérica e terá entrada gratuita.
Tutelado por membros da Comunidade Judaica do Porto (CJP) cujos pais, avós e familiares foram vítimas do Holocausto, o Museu do Holocausto no Porto fica situado na rua do Campo Alegre.
Este museu tem como objetivo ensinar o que foi o holocausto, homenagear e acima de tudo contribuir para que não se repita. Deste modo, o museu retrata
(…) a vida judaica antes do Holocausto, o nazismo, a expansão nazi na Europa, os guetos, os refugiados, os campos de concentração, de trabalho e de extermínio, a Solução Final, as marchas da morte, a libertação, a população judaica no pós-guerra, a fundação do Estado de Israel, vencer ou morrer de fome, os justos entre as nações”.
Numa visita ao museu é possível ver uma reprodução dos dormitórios de um dos campos de concentração – Auschwitz, uma sala de nomes, um memorial da chama, cinema, sala de conferências, centro de estudos, corredores com a narrativa completa, fotografias e ecrãs a exibir vídeos reais da altura.
Em 2013, a Comunidade Judaica do Porto (CJP) partilhou com o Museu do Holocausto de Washington todos os seus arquivos referentes a refugiados que passaram pela cidade do Porto, arquivos estes que regressam agora à Cidade.
Entre estes arquivos encontram-se documentos oficiais, testemunhos, cartas e centenas de fichas individuais. No museu estão também expostos dois Sifrei Torá (rolos da Torá) oferecidos à sinagoga do Porto por refugiados que chegaram à cidade com as suas vidas desfeitas.
Segundo responsáveis da CPJ,
A construção do Museu do Holocausto no Porto contou com um donativo substancial de uma família sefardita portuguesa do Sudeste da Ásia que foi vítima de um campo de concentração japonês durante a Segunda Guerra Mundial”.
Hugo Vaz, curador do Museu do Holocausto do Porto, refere que.
são esperados cerca de 10 mil alunos por ano, o mesmo número que, antes da pandemia, costumava visitar a Sinagoga”.
A inauguração oficial está agendada para dia 20 de janeiro, com “uma cerimónia privada e sentimental” levada a cabo pelo presidente da Comunidade Judaica do Porto (CJP), Dias Ben Zion, contando também com a presença de Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto.
A cerimónia deverá contar também com a presença de embaixadores das potências envolvidas na Segunda Guerra Mundial e de Israel, assim como de Karel Fracapane, especialista do programa do Holocausto da UNESCO, do embaixador Luíz Barreiros, chefe da delegação de Portugal à IHRA – Aliança Internacional Memória do Holocausto, de Marta Santos País, comissária do Projeto Nunca Esquecer, do Bispo do Porto e do presidente da Comunidade Muçulmana da cidade. O Governo far-se-á representar pelo secretário de Estado da Cultura.
Tendo em conta a nova situação de confinamento, foi solicitada à Direção Geral da Saúde autorização para a realização deste evento, que segundo a fonte deverá ser realizada
em ambiente controlado, com um total de trinta pessoas, tendo em conta a relevância política do mesmo e a sua curta duração (50 minutos) num espaço de 500 metros quadrados que possui plano de contingência para a covid-19”.
A abertura ao público está marcada para dia 27 de janeiro, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
Morada: Rua do Campo Alegre 790
Horário: das 10h às 17h
Entrada: grátis
Foto de capa: @CJP