
Para acompanhares este texto sobre as Marchas de Lisboa, decidimos incluir uma playlist de canções para poderes ouvir enquanto lês esta história.
Os diferentes bairros da cidade querem mostrar que têm os trajes mais bonitos, as melhores coreografias e as vozes mais afinadas, numa rivalidade bem castiça que já tem várias décadas.
As Marchas de Lisboa como tradição assumida começaram em 1932, pela mão do dramaturgo Leitão de Barros, que convidou alguns bairros a desfilarem no Capitólio.
Alto do Pina, Bairro Alto e Campo de Ourique foram os participantes. No final, Campo de Ourique foi o vencedor, com os seus trajes minhotos.
Um espetáculo para todos
Um ano depois, em 1933, já 12 bairros participavam no desfile, desde o Terreiro do Paço e o Parque Eduardo VII, assistido por… 300 mil pessoas.
Em 1935, todas as marchas cantaram uma composição comum, a Grande Marcha “Lá vai Lisboa”, de Raúl Ferrão e Norberto de Araújo.
O prestígio da iniciativa só é retomado em 1950, ano em que Amália Rodrigues deu voz às marchas, e em 1952 o percurso passou a ser o mesmo dos nossos tempos, entre o Marquês de Pombal e os Restauradores.
Nos anos 60, as grandes novidades foram os carros alegóricos, que apareceram em 1965, e as crianças que serviam de mascotes, em 1969, também elas descendo a avenida vestidas a rigor.
As Marchas no Estado Novo
Nos anos 70, as Marchas foram praticamente extintas, por serem associadas ao Estado Novo, mas regressaram ao ativo e à Avenida da Liberdade em 1980, por onde têm passado religiosamente todos os anos desde então.
Cada bairro compete em várias categorias, como a de melhor coreografia, melhor cenografia, melhor figurino, melhor letra e musicalidade, melhor composição e por fim, melhor desfile!
Nos últimos anos, Alfama é uma da maiores vencedoras e só o Alto do Pina lhe tem feito frente, mas todos os anos a esperança dos outros bairros se renova. E em 2023, como será?