Por ter sido de maior importância para o nosso passado marítimo, Lisboa abriga um tesouro escondido que te vai transportar para os tempos áureos da navegação e exploração além-fronteiras. E vais sentir tudo isso assim que entrares no Pavilhão das Galeotas, pertencente ao imponente Museu de Marinha.
Localizado perto do não menos majestoso Mosteiro dos Jerónimos e mesmo de frente para o Padrão dos Descobrimentos, o Pavilhão das Galeotas faz parte do Museu de Marinha e nele vais poder admirar algumas das embarcações mais históricas e interessantes das nossas aventuras, por ares e mares.
Considerado um tesouro escondido em Lisboa, o Pavilhão das Galeotas oferece a todos os seus visitantes uma experiência única, a possibilidade de explorar a herança marítima de Portugal.
É, basicamente, um ponto de interesse que não deves mesmo perder, mas vamos saber um pouco mais deste lugar incrível nas próximas linhas.
A história do Pavilhão das Galeotas
Construído propositadamente para servir de espaço museológico à rica história da marinha portuguesa, este foi o primeiro pavilhão a ser concebido para despertar ainda mais a curiosidade de quem o visita.
A sua edificação aconteceu nos finais dos anos 50, mais precisamente em 1959, com o objetivo de preservar um importante acervo de embarcações em tamanho real.
Além das devidas galeotas, podes também ficar a conhecer muitos outros aspetos da relação que os portugueses ainda têm com o mar.
As estrelas no pavilhão
Assim que entrares no Pavilhão das Galeotas, vais dar de proa com o imponente iate real “Sirius”, que foi testemunha “silenciosa” de muitos dos nossos momentos históricos, simbolizando ainda o poder e prestígio de Portugal junto dos seus congéneres.
Apesar da imponência do “Sirius”, as grandes estrelas do Pavilhão das Galeotas são as seis galeotas reais, construídas ainda no século XVIII, e que se destacam não só pela sua grandiosidade como também pela beleza e estado de preservação.
As gigantes embarcações, que um dia navegaram nos mares, carregadas de nobres, estão muito bem conservadas e prontas para te contar as suas histórias, de coragem e determinação dos navegadores portugueses que se aventuravam pelos oceanos.
De entre as seis magníficas, há uma que nutre especial atenção e carinho de todos os visitantes: o Bergantim Real.
É uma das galeotas mais antigas deste museu, tendo sido encomendando em 1780.
A mais antiga, a Galeota Grande, foi construída na Ribeira das Naus em 1711, a mando do Rei D. João V, para seu uso exclusivo, tendo depois servido para os esponsais do príncipe do Brasil, futuro Rei D. José, com a Infanta D. Mariana Vitória de Espanha.
O Bergantim Real possui 40 remos (também podes contá-los), que eram manobrados por 78 remadores – cada um dos remos era manobrado por dois remadores – exceto os de proa.
Em 1808, transportou a Família Real para bordo da esquadra que a levaria para o Brasil e, no decorrer dos anos, transportou vários monarcas estrangeiros de visita oficial a Lisboa, sendo que a sua última viagem, foi já na segunda metade do século XX, em 1957, aquando da visita oficial da Rainha Isabel II de Inglaterra a Portugal.
Este bergantim é, claramente, o testemunho vivo – e muito bem conservado – do esplendor e grandiosidade dos tempos marítimos portugueses.
Além das nobres embarcações, no Pavilhão das Galeotas também vais encontrar uma variedade de barcos tradicionais que representam diferentes regiões e tradições marítimas de Portugal.
Estamos a falar do valboeiro utilizado no rio Douro, da netinha de arte xávega da Nazaré, do moliceiro de Aveiro e até da baleeira dos Açores, com cada um destes transportes ou meios de trabalho marítimo a contarem histórias únicas da cultura e identidade do país.
Do mar para o ar
A viagem ao Pavilhão das Galeotas só fica completa quando chegares ao fundo deste incrível espaço museológico, onde vais encontrar um dos maiores pedaços da nossa história.
Nesta zona, além de vários locais de paragem obrigatória para conheceres melhor todas as peças expostas, vais encontrar três hidroaviões e, entre eles, o famoso “Santa Cruz”.
Esta aeronave desempenhou um papel crucial na história da aviação portuguesa, no momento em quando foi utilizada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral na primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro, no Brasil, em 1922.
A 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul
Pioneiros na aviação, Gago Coutinho e Sacadura Cabral tornaram-se conhecidos pela sua bravura e coragem, factos e relatos que também vais poder conhecer mais profundamente com as peças expostas, assim como numa experiência imersiva incrível.
É que além das várias exposições, permanentes e temporárias, do Museu de Marinha, foi recentemente inaugurado um espaço onde podes experienciar as sensações da 1.ª Travessia Aérea do Atlântico Sul, destes dois aventureiros.
Por estas e por muitas mais razões, garantimos-te que “navegar” até ao Pavilhão das Galeotas é uma viagem cheia de curiosidades.
Tudo o que lá vais encontrar e conhecer servirá para aumentar ainda mais o teu orgulho em ser português, em saber que a nossa história é feita de bravos e corajosos homens.
Morada: Praça do Império (Belém)
Horário: todos os dias das 10h às 17h
Bilhetes: na Fever
Bem-vindo à Marinha Portuguesa, com planos para todas as idades e gostos