Já lá vai o tempo em que os portugueses torciam o nariz à comida crua, não conseguiam atinar com os pauzinhos e olhavam para o wasabe sem saber o que fazer. Em poucos anos, a gastronomia japonesa ganhou fama (e proveito) entre nós e passámos a achar que já sabemos tudo sobre ela.
Mas será que sabemos mesmo? A verdade é que ainda temos muito para descobrir. Desde logo, porque a cozinha daquelas paragens é muito mais que sushi, sashimi e ramen.
É esse mundo novo que o restaurante Izanagi, na Doca de Santo Amaro, nos convida a explorar. Nesta casa com o nome do deus criador do mundo, o protagonismo vai todo para a comida de rua e das tascas japonesas, deixando as especialidades mais conhecidas para segundo plano.
Assim, não te admires se olhares para a carta e vires alguns nomes que dizem pouco ao teu léxico gastronómico. Okonomiyaki? Sim, experimenta, porque vais adorar esta espécie de panqueca frita que leva vários ingredientes (como legumes, camarão ou queijo) e no final é coberta com lascas de uma conserva seca chamada katsoubushi.
E o que são tori karaagge? Nada mais, nada menos que asas de frango panadas. A estes dois exemplos juntam-se ainda osrobatayaki, ou seja, grelhados no carvão, como o Miso Cod (bacalhau), e os teppanyaki, grelhados na chapa, disponíveis em três opções: camarões, naco de carne ou frango.
Inevitavelmente, também não podia faltar o sushi, com destaque para o Tuna Dynamite, com tempura de camarão e atum, maionese de óleo de sésamo picante, pepino e um tempero de especiarias chamado togarash.
No final, guarda um cantinho do estômago para as sobremesas, também elas bastante originais. São os casos do cheesecake de caramelo de miso com maçã verde e noz ou da tempura de banana com gelado de baunilha, caramelo de miso e M&M’s.
A carta, com assinatura do chef Daniel Rente (grupo SushiCafé) combina na perfeição com os cocktails da casa, como o Izanagy Spicy Mule (infusão de sake e vodka, togarashi, gingerbeer, limão, pepino e coentros) ou o Meron (midori, licor japonês, melão, vodka e limão).
Tudo isto servido na sala principal, um espaço acolhedor e contemporâneo onde sobressaem os materias de madeira ou, se preferires, na esplanada com vista para o Tejo e para a marina.
Onde quer que fiques, vais por certo surpreender-te. Afinal, não é por acaso que o slogan do Izanagi é “cut the obvious” (corta com o óbvio).
Vai até lá descobrir porquê. Quando menos esperares, vais dar por ti a deliciares-te com o Japão mais genuino e desconhecido.
Morada: Doca de Santo Amaro, armazém 0
Foto de capa: Cátia Barbosa