Vamos conhecer algumas das estátuas mais importantes na cidade, que contam séculos de histórias, de personagens que ajudaram a moldar Lisboa ou o país como eles atualmente são.
Hoje trazemos-te a história de uma estátua que até pode parecer não se destacar muito na cidade, mas que tem grande importância, a estátua do Rei D. João I, que fica localizada na Praça da Figueira.
A estátua do Rei D. João I montado a cavalo é construída em bronze e foi erguida no penúltimo dia do ano de 1971 na Praça da Figueira, num local onde antigamente era realizado o Mercado da Figueira.
Esta peça é da autoria do escultor Leopoldo de Almeida, que também é dono dos baixos relevos da fachada do Cineteatro Éden, também em Lisboa. Já o pedestal, é da autoria do arquiteto Jorge Segurado.
Às inscrições trabalhadas no pedestal foram adicionados dois medalhões que representam Nuno Álvares Pereira e João das regras, tornando este local como uma memória da crise dinástica de 1385, que durante um período de tempo, até 1385, deixou Portugal sem coroa.
Visualmente, a estátua do Rei D. João I é imponente e de grande envergadura, com 6,5 metros de altura, onde se pode observar o Rei D. João I a empunhar um ceptro, símbolo da sua autoridade enquanto regente, e o seu cavalo com a cabeça baixa, em sinal de obediência aos comandos do Mestre de Avis.
A estátua do Rei D. João I “veste” à militar de defesa e é decorada com os escudos do décimo rei português, que também aparecem no arreio do cavalo. A cabeça está protegida com um elmo à romana e a pose é claramente de guerreiro confiante e heróico.
Quem era o Mestre de Avis?
D. João I é filho ilígitimo do reu D. Pedro I com a sua amante Teresa Lourenço, tendo sido nomeado mestre da Ordem de Avis e, mais tarde, coroado como o décimo Rei de Portugal em 1385, até à sua morte em 1443.
Foi ele quem executou o Conde Andeiro, o galego que terá posto em causa a independência nacional, colocando assim um ponto final sobre a crise dinástica entre 1383 e 1385.
Começou assim a segunda dinastia da Monarquia Portuguesa, designada por ele como Dinastia de Avis, e que se revelou sempre muito estável, quer a nível social, como político e até económico. Foi o Mestre de Avis quem deu o arranque à expansão portuguesa além-mar.