
O “pedido” para criares o teu próprio Kit de Sobrevivência vem diretamente da União Europeia (UE), que recentemente recomendou a todos os cidadão europeus que estejam preparados para enfrentar crises como guerras, pandemias, catástrofes naturais e até ciberataques.
Este Kit de Sobrevivência deverá ser capaz de garantir autossuficiência durante, pelo menos, 72 horas, ou seja, três dias sem qualquer tipo de apoio externo.
O objetivo é aumentar a resiliência das famílias e evitar situações de pânico generalizado ou desorganização nas primeiras horas em caso de emergência.
O que deve levar um Kit de Sobrevivência?
A UE não publicou uma lista única e obrigatória, sendo que existem casos que podem diferir de país para país.
Contudo, para compores o teu kit, deves certificar-te que leva alguns itens básicos, acrescentado depois a estes, aqueles que fizerem sentido numa situação de calamidade futura:
- Água potável: pelo menos seis garrafas por pessoa, o suficiente para três dias;
- Alimentos não perecíveis, com validade longa: desde conservas, arroz, massa, barras energéticas ou outros alimentos que geralmente possam resistir a muitos dias (antes de abertos);
- Medicamentos essenciais: inclui as receitas que já tomas e alguns itens de primeiros socorros como ligaduras, pensos, tintura, água-oxigenada e álcool etílico;
- Documentação pessoal: cópia de Cartão do Cidadão, cartões de saúde, receitas médicas e principais contactos de emergência, de familiares e amigos;
- Dinheiro em espécie: para usares no caso dos sistemas eletrónicos, como caixas de Multibanco, estejam inoperacionais;
- Lanterna e pilhas sobresselentes: como forma de garantires iluminação em caso de cortes de energia mais prolongados;
- Rádio portátil (analógico) a pilhas ou a dínamo: será a melhor – e talvez a única – forma para receberes informações oficiais, para os casos em que não haja nem eletricidade, nem Internet, como foi o que aconteceu no passado dia 28 de abril;
- Vestuário quente e cobertores térmicos: especialmente se habitares em regiões mais frias, será ideal ter roupas mais confortáveis ou mantas de sobrevivência, que ocupam pouco espaço;
- Chaves sobresselentes: tanto as da casa como de veículos pessoais, como o carro ou a mota (entre outros);
- Ferramentas básicas: comprar um canivete suíço é sempre a melhor ideia, já que incorpora grande parte das ferramentas que possam ser necessárias para qualquer emergência;
- Baterias externas/carregadores/powerbanks: para manteres os teus equipamentos eletrónicos essenciais carregados e prontos a usar (não te esqueças dos cabos necessários);
- Apito: para te fazeres ouvir em caso de necessidade de resgate;
- Jogos de tabuleiro ou itens de entretenimento: vão ajudar-te a passar o tempo, especialmente se tiveres crianças ao teu cuidado.
Em que situações “ativar” o kit de sobrevivência?
Ontem, durante o apagão geral na Península Ibérica, não chegou a ser necessários ativar este aprovisionamento, uma vez que a situação ficou resolvida em pouco mais de 10 horas.
Mas a verdade é que a falta de eletricidade e comunicações podem muito bem ser cenários prováveis, para emergências de maior duração. Existem mais situações e vamos enumerá-las:
- Falhas prolongadas de energia ou comunicações;
- Catástrofes naturais, como inundações, incêndios, tempestades, entre outras;
- Conflitos armados (guerras) ou ameaças militares;
- Pandemias e emergências de saúde pública;
- Ciberataques que afetem infraestruturas críticas.
Em suma, o Kit de Sobrevivência aconselhado pela UE servirá sempre como uma resposta preventiva e não alarmista, para que te sintas mais seguro e autónomo durante as primeiras horas de algum acontecimento fora do normal, seja ele nacional ou internacional.
Como já indicámos, a lista de itens poderá variar conforme as necessidades locais e até mesmo de cada um, sendo que existem algumas prioridades transversais a todos: água, alimentação, comunicações, saúde e documentação básica.